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Não deixe que os outros abalem sua autoconfiança profissional #ChegaDeAssedio

O texto abaixo foi escrito por Ligia Braga no LinkedIn



Nunca encostaram um dedo em mim no ambiente de trabalho, mas essa não é a única maneira de ser assediada. O absurdo de receber mensagens desrespeitosas ao atuar no atendimento direto de clientes, prospects e parceiros, infelizmente, já aconteceu mais de uma vez. Essas são situações graves e devem ser tratadas como tal, sendo apresentadas para os setores responsáveis dentro da empresa e até mesmo nos órgãos policiais. Mas uma das rotinas mais comuns, especialmente para mulheres, no ambiente de trabalho acaba não sendo visto com tanta atenção é a desmoralização constante e as exposições constrangedoras que podem fazer com que as pessoas se sintam obrigadas a desistir daquele emprego.
Não apenas nas "piadas" machistas e homofóbicas de corredor, mas também nos comentários em reuniões e na falta de mulheres em posições estratégicas dentro das empresas. A pressão direcionada de maneira inadequada para mulheres ("se seu resultado for ruim, a empresa vai fechar em menos de 6 meses") e a falta de pulso para homens na mesma posição ("isso é da personalidade dele"). A humilhação durante conversas públicas ou privadas descredenciando todo o conhecimento e bagagem de profissionais que fazem com que o dia a dia da empresa tenha outro peso para mulheres, perdendo sua autoconfiança e ganhando desmotivação. Processos seletivos que desmoralizam mulheres em ambientes historicamente mais masculinos. A lista é praticamente infinita e cada uma de nós certamente tem uma história diferente para contar e complementar esse cenário...
E quem nunca lidou com uma pessoa que não respeitava a sua posição dentro da empresa ou a sua opinião durante um debate, mas quando um homem disse exatamente as mesmas coisas foi praticamente aplaudido (Mansplaining e Manterrupting, quando um homem explica algo para uma mulher de maneira paternalista, porque assume que sabe mais do que ela sobre o assunto, ou interrompe a sua fala)?
Espero que as recentes oportunidades de exposição de assédio e abusos contra a mulher sejam cada dia mais constantes e frequentes, entrando na agenda de discussão de veículos, empresas e famílias, assim esperamos também que esses casos sejam cada dia menos comuns e ainda mais mal vistos pela sociedade.
Vamos nos informar e compartilhar sempre mais materiais sobre direitos e lutas das mulheres e vamos transformar o que acreditamos em realidade. E não deixe de falar sobre isso. Faça com que as pessoas que convivem com você sejam parte desse movimento, refletindo sobre cada uma de suas ações e levando o respeito como regra em todas as relações.
Já temos mulheres em posições de poder em diversas áreas e esferas, ainda que o espaço dos homens ainda seja muito maior, precisamos ultrapassar muitas vezes as nossas próprias barreiras e mostrar que a nossa revolução já está acontecendo. Lembre-se sempre que existem líderes de sucesso reconhecido como Viviane Senna, Karin Parodi e Sofia Esteves e trabalhe muito o empoderamento de mulheres de seu convívio, mostrando-as como é possível ter e mostrar a confiança necessária para alcançar tudo que elas desejam e planejam. 
Nunca deixe que as outras pessoas façam você duvidar de sua capacidade. Não se deixe sabotar pelo que uma outra pessoa disse sobre você e o seu trabalho, apresente sempre o seu melhor e deixe claro como você é sim uma ótima profissional. Se seu trabalho atual não reconhece isso, tente fazer a sua parte para mudá-lo ou invista sua energia em procurar um lugar melhor e mais adequado.
Sempre que vejo a placa dessa imagem (Eu não acredito que ainda estamos protestando por isso) penso em como as pessoas podem minimizar a luta alheia com tanta força a ponto de transformar a necessidade de igualdade de direitos em assunto secundário. Eu também não acredito que em 2017 ainda seja necessário falar sobre como assediar uma pessoa no ambiente de trabalho é errado e em como as mulheres tem tanta capacidade produtiva e intelectual quando um homem. Mas é importante que as pessoas sigam em suas batalhas e que o privilégio não cegue totalmente quem precisa compreender como a diversidade é essencial para o desenvolvimento da sociedade.
E não deixe de ler o post de Jason Shen sobre gerenciar mulheres e repensar muito as suas atitudes como gestor e a observar melhor como a sua equipe feminina precisa ser valorizada ou a saída delas será inevitável (e ela já pode estar acontecendo...)

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